Vida aos jacarandás da Faculdade de Arquitetura da UFRGS

A UFRGS prepara-se para implementar obras de ampliação do prédio da Faculdade de Arquitetura, no Campus Central, orientadas por um projeto polêmico. Realizado às pressas, sem consultas adequadas à comunidade acadêmica, tal projeto deriva relevantes problemas, tais como:

a) ter sido elaborado sem um programa pré-definido, o que resultou em uma ampliação significativa da área construída do prédio, sem, entretanto, aumentar a área útil destinada ao ensino, visto que grande parte do acréscimo é em circulação, serviços e área administrativa;

b) envolver a implementação de obras em todos os pavimentos do prédio, simultânea ao funcionamento da faculdade, o que acarreta prolongada e relevante perda de eficiência e qualidade.

Os problemas apontados seriam, já, suficientes para questionar a decisão, visto que esta envolve a aplicação de recursos financeiros elevados demais para os resultados a serem obtidos em troca; entretanto, o problema é que essa ação terá como consequência a destruição e degradação de parte do patrimônio cultural da cidade e de propriedade da própria Universidade Federal. Em efeito, do projeto decorrerá o corte de quatro (4) magníficos jacarandás adultos que embelezam o acesso principal do Campus a partir da rua Sarmento Leite e enquadram não apenas os prédios da Faculdade de Arquitetura e da Rádio da Universidade, mas também o principal espaço público do Campus, a saber, o eixo de pedestres paralelo à av. Osvaldo Aranha. As árvores em questão não são sujeitas a transplante, são espécies próprias da paisagem de Porto Alegre e ESTARÃO SENDO DESTRUÍDAS EM TROCA DE MELHORIAS TÓPICAS E COSMÉTICAS DO PRÉDIO DA FACULDADE, que poderia ser muito melhor servido por um prédio anexo, a ser construído nos fundos, que não destruiria árvores, não causaria problemas de funcionamento da faculdade durante a obra e melhoraria a dotação de área construída para atividades efetivamente ligadas à missão da Instituição.

As árvores, bem como o espaço aberto adjacente ao prédio da Faculdade, são parte do patrimônio cultural da cidade e não deveriam ser tocadas, particularmente nessa situação em que os ganhos provenientes da reforma são pífios.